Alberto Caeiro
Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, Desencaixotar minhas emoções verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro, Mas um animal humano que a natureza produziu. Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!) Isso exige um estudo profundo, Uma aprendizagem de desaprender...
Procuro despir-me do que aprendi. Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram, e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos, Desencaixotar minhas emoções verdadeiras, Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro, Mas um animal humano que a natureza produziu. Mas isso (triste de nós que trazemos a alma vestida!) Isso exige um estudo profundo, Uma aprendizagem de desaprender...